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    Ode ao Absurdo


    ODE AO ABSURDO



    cansei.



    fechem as cortinas, desliguem os holofotes.
    a tinta da minha caneta secou,
    minha garganta já está rouca.
    cansei.
    cansei, e digo apenas isso.
    não falo mais, e não ouço também.
    cansei de vocês, dos seus fantasmas e de mim.
    cansei da manhã,
    da rima,
    da prosa,
    da métrica que não pode ser medida.
    cansei.
    cansei de ser eu,
    de tentar ser você,
    cansei de não ser.
    cansei dessa hipocrisia a que chamam filosofia,
    de palíndromos e axiomas estúpidos,
    da retórica e da melodia, também – pasmem.
    cansei do improviso e do premeditado.
    cansei do cansaço e do que faço.
    de maria rita, ou de rita lee,
    de piaf, aznavour, alceu,
    veríssimos, veredictos,
    buarques, batuques,
    meu carnaval.
    Recife?
    sim, cansei.
    e digo mais: vou dizer apenas isso.
    cansei.
    que me venham com teorias,
    partituras,
    perfeições bilácquicas,
    imperfeições andradinas,
    caos total nessa poesia do absurdo.
    cansei.

    E Por Isso, Não Consigo Descansar.


    Fortaleza,
    09 de janeiro de 2009

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