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    Carnaval - Nºs 1, 2, 3.


    CARNAVAL Nº I - Colombina.
    "Madrugada"
    COLOMBINA
    - Pierrot,
    A manhã 'inda nem chegou
    Não tenha pressa, deixa a festa 'contecer
    A orquestra 'inda nem parou,
    A vida 'inda nem 'cabou,
    Falta muito pra nós dois, meu amor.

    Tem uma madrugada toda à nossa frente,
    Não me importa mais seu nome
    É a noite das nossas vidas, Pierrot,
    Deixa, que o mundo explodiu
    E a gente nem notou.
    Deixa, que a Ponte não saiu
    Do lugar que ficou
    Você 'inda vai 'travessá-la quando voltar
    Para a sua casa,
    O seu lugar.

    Deixa, pois nós nem nos vimos
    No Sábado de Zé Pereira
    Ou no domingo debaixo da bandeira
    Do Bloco da Saudade, Pierrot.

    Olha as estrelas lá em cima
    Olha o Galo lá na pista
    Olha as meninas de artista.
    Olha a vida, Pierrot
    Nessa madrugada que finda
    Nesse baile que acaba
    Nessa banda que para
    Nessa vida que agarra
    toda a vida da gente.

    CORO DE MÁSCARAS
    - Pois o Carnaval não se acaba
    Jamais, nem depois de amanhã
    Nem depois de depois.
    Mas a Banda se cala
    E cai nossa máscara
    E a vida interrompe
    Noss'eterna alvorada.

    COLOMBINA
    - Mas o Carnaval é só até hoje, Pierrot!
    Nossas máscaras, é só hoje, Pierrot!
    Hoje de madrugada, meu amor!

    CARNAVAL Nº II - Pierrot.
    "Manhã"
    PIERROT
    - Mas não chora não, Colombina
    Tem até quarta-feira de cinzas
    Pra gente se amar e viver como
    você diz, Colombina.
    Vou fazer seresta pra você
    Vou te mostrar a vida que não acaba
    pois 'inda não é meio-dia, meu amor.

    Nem sei teu nome, mascarada
    Só que tu és minha eterna namorada
    Nessa festa que não finda
    Nessa vida qu'ilumina
    Tudo o que eu não posso ver
    Na ladeira, na esquina.

    CORO DE MÁSCARAS
    - A banda acabou, a cortina fechou,
    O estandarte caiu e do sonho acordou
    Nossa cidade e nosso amor.

    PIERROT
    - Não chora não, Colombina, 'inda nos resta
    os clarins que anunciam o fim.
    Corre agora, Colombina!
    Sobe a ladeira comigo,
    Cria um frevo matutino,
    Acorda o vizinho,
    Adormece o menino (na esquina da vida)
    Na esquina de Olinda,
    Colombina.

    Falta toda uma manhã
    Pra quarta-feira de cinzas, minha menina.
    Aproveita enquanto pode, segura a máscara
    Um tempo mais, por favor.

    CORO DE MÁSCARAS
    - A banda acabou, a cortina fechou,
    O estandarte caiu e do sonho acordou
    Nossa cidade e nosso amor.

    PIERROT
    - Não deixa que este amor vire cinzas, Colombina
    Não deixa que ele morra como essa festa qu'ilumina
    Todo o nosso amor.

    CARNAVAL Nº III - Arlequim.
    "O Meio-Dia Das Máscaras"

    CORO DE MÁSCARAS

    - Mas não é tudo ainda
    que há para contar.
    Há um homem que chora,
    que chora a sonhar.
    É o pobre Arlequim,
    com rosas cor carmim
    nas mãos, a chorar.

    ARLEQUIM
    - Ai de mim, que sofro assim
    Cá estão as rosas que te trouxe,
    Colombina.
    Cá estão as lágrimas que tu trouxes,
    Ó menina.
    Não vale a pena esperar!
    Não vale a pena me encantar!

    É quarta-feira de cinzas, Colombina
    E o carnaval acabou, e minha rosa murchou
    Junto com o meu amor
    (Meu grande amor!)
    Mas tu me vistes, Colombina?
    Tu ouviste? Tu sentiste o cheiro
    de alecrim do pobre Arlequim?
    Ai de mim, Arlequim!

    Foi-se o Sábado do Pereira
    E eu aqui, Arlequim!
    Foi-se o Domingo de bobeira
    E eu aqui, ai de mim!
    Foi-se a segunda-feira
    Ai de mim! Ai de mim!
    E também a terça-feira.
    Cadê você, meu jasmim?

    Fiz a orquestra tocar mais de mil músicas
    pra você. Fiz o rei momo me jurar
    cama de dossel pro seu prazer.
    Fiz a ladeira suavizar, e a subida reverter
    Todo o calor do meu amor
    Pra terra que há de me comer.

    CORO DE MÁSCARAS
    - Mas Colombina não via!
    Colombina não podia!
    Pierrot, com ela e o dia
    A fazia esquecer.
    Oh, Arlequim, oh, mal-amado
    Recolhe tua flor
    O Carnaval já acabou.
    Não temos mais tempo pra você.

    ARLEQUIM
    Ai de mim, Arlequim!
    Olha minhas rosas - cor carmim!
    Olha teu perfume - é jasmim!
    Olha minha erva - alecrim!
    Olha teu sorriso - é o fim!
    Ai de mim, Arlequim!

    CORO DE MÁSCARAS
    (Tira-se as máscaras)
    - Olha que o Carnaval já acabou,
    Olha que só há cinzas do teu amor.
    Olha pra nós, inventor.

    ARLEQUIM
    Inventor! Inventor!
    Inventor de que horror?
    Não há mais nada a se ver!
    Não há rostos em vosso desgosto!
    Não há rostos! Não há você!

    CORO SEM MÁSCARAS
    - Pois o Carnaval só existe
    uma vez em mil, quem sabe outro ano
    Talvez, quem sabe uma vez,
    Uma vez de anil.

    O Carnaval dos anônimos
    Das máscaras dos sem rostos
    dos coros e alvoroços.
    Do amor do Pierrot.

    O dia brilhando, não é só o dia que brilha
    É também o Meio-Dia da vida
    Que anuncia o fim,
    Que anuncia o sofrer.

    Nossas máscaras caíram e com elas
    Nossa vida se foi de você
    O que resta fazer é lembrar
    Do refrão sem sabor, do refrão sem amor:

    A banda acabou, a cortina fechou,
    O estandarte caiu e do sonho acordou
    Nossa cidade e vosso amor.

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